O programa foi organizado em dois núcleos, separados por um longo corredor: um onde se instalaram os quartos de dormir com entradas de luz altas, mas bem expostas ao sol directo de sul / poente e a instalação sanitária. Um outro, o núcleo social com sala de estar e cozinha onde se maximizou a abertura de vãos exteriores, tirando partido da transparência do vidro para uma ampliação da entrada de luz e da área reduzida do interior, para o pátio privado.  

O segundo núcleo é escuro e mínimo. Por isso foram abertos, pontualmente, vãos interiores em arco, de forma a não deteriorar a estabilidade na base estrutural que são estas espessas paredes interiores, articulando sala, cozinha e acesso ao pátio com uma mesa de pedra que pode pertencer aos três espaços ou ser um elemento autónomo.

Já no núcleo dos quartos e casa de banho, foi feito um reforço estrutural, necessário para a abertura que organizou a circulação. Aqui os espaços de arrumo simplificam a vivência diária numa casa pequena.

Potenciar a luz foi um gesto determinante na escolha dos materiais e acabamentos. O pavimento, paredes e tectos neutros e brancos, bem como os armários claros e o recurso a luz artificial. O pinho claro e o mármore rosa, com as suas texturas e aparência naturais, quebram a neutralidade e conferem aquilo que se pode considerar proximidade – entre as pessoas e o espaço.

Localização
Campo de Ourique, Lisboa, 2023

Autoria
Mafalda Neuparth Arquitectos

Desenvolvido por
André Duarte, Maria Lopéz, Mafalda Neuparth

Cliente
Privado

Construtor
Vítor Nunes Marçal

Fotografia
© Daniel Malhão